Cada vez mais crianças e jovens têm a educação afetada pela situação da fome no Brasil
A alimentação adequada é um dos principais pilares para um bom desenvolvimento infantil. Uma criança que se alimenta bem, cresce saudável. Isso é um fato. Segundo dados da UNICEF, quase uma a cada três crianças com menos de 5 anos de idade não recebe os nutrientes necessários para ter um crescimento adequado de seu corpo e de seu cérebro.
A falta de uma boa alimentação prejudica o desenvolvimento e o crescimento das crianças. Aliás, ainda existem 149 milhões de crianças com menos de cinco anos sofrendo de déficit de crescimento. Além disso, quase 50 milhões de crianças estão abaixo do peso. E 340 milhões sofrem com a fome oculta. Ou seja, deficiências de vitaminas e minerais.
Fome e educação
No momento atual, por conta da dificuldade financeira de muitas famílias, a merenda escolar acaba sendo o único alimento que a criança tem durante todo o dia. “Me corta o coração eles quererem um pão e eu não ter para dar. Já coloquei os meninos na escola pra isso mesmo, por causa da merenda. Um pouquinho de arroz sempre alguém me dá. Mas nas férias complica”, comenta Alessandra, moradora da favela de Paraisópolis, em entrevista à BBC News Brasil.
Em 2017, o caso de um garoto de 8 anos que desmaiou na sala de aula devido à fome, chamou a atenção da mídia. “A gente chamou o Samu. Quando o Samu chegou, fez o atendimento, e viu que era fome, até o rapaz [que estava atendendo] praticamente chorou”, conta a professora Ana Carolina Costa, que dava aula para a criança que sofreu o desmaio, em entrevista ao G1.
Desenvolvimento social
A desnutrição gera uma série de alterações na composição corporal e no funcionamento do organismo. Como resultado, o desempenho escolar, por exemplo, é muito afetado.
A taxa de metabolismo basal, que consiste na quantidade mínima de calorias necessárias que o corpo precisa ingerir, chega a ser 25% maior nas crianças do que nos adultos. Afinal, como os pequenos são mais agitados e vivem em atividades intensas, costumam gastar mais calorias.
Quando a quantidade necessária de nutrientes ingeridos não é suficiente, acaba gerando diversos sintomas. A fraqueza, por exemplo, resulta em falta de concentração, problemas de coordenação motora, baixa capacidade de resolução de problemas e dificuldade de aprendizagem.
Dessa forma, os alunos que não tem uma alimentação adequada acabam o interesse pelas aulas. Isso devido à dificuldade de aprendizagem que eles sentem, não respondendo bem aos estímulos educacionais.
A importância dos nutrientes
Sendo assim, com uma alimentação adequada, as crianças tendem a apresentar um rendimento muito maior na vida escolar. De fato, algumas atividades em sala de aula exigem atenção, concentração e memória. Para essas atividades é preciso, além da energia, de uma quantidade certa de nutrientes para que o corpo esteja em perfeito desempenho. São eles:
- Carboidratos – o consumo insuficiente pode levar a falta de energia, cansaço e falta de atenção. Reduz o desempenho cognitivo;
- Proteínas – a falta de proteínas suficientes pode afetar no crescimento, na dificuldade de se concentrar e no aprendizado.
- Vitamina B – ajuda a melhorar a concentração, a memória e o aprendizado.
Por fim, a má nutrição prejudica o crescimento e o desenvolvimento das crianças. Então, quanto mais medidas para ajudar no combate à fome e reduzir ao máximo esses dados, melhor.
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