Há alguns meses, houve o anúncio de que seria feito o abate de visons na Holanda e Dinamarca. E tal decisão causou preocupações no mundo todo. Mas o motivo partiu devido às novas mutações do covid-19, que foram detectadas nesse mamífero.
Sendo assim, os governos dos dois países iniciaram o abate de visons criados em cativeiro. O objetivo era de evitar a disseminação de SARS-CoV-2. Isso depois que vieram à tona casos de mutação do vírus pela transmissão desses animais para humanos.
Contudo, a decisão foi suspensa na Dinamarca. Mas todos esses fatos levantaram a dúvida se a mutação pode ou não comprometer a produção de vacinas pelo mundo.
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Ao contrário do que se imagina, a transmissão desses vírus para o humano não ocorre de forma direta. Isso porque o coronavírus com capacidade para infectar humanos chegou através de hospedeiros intermediários. Entenda mais abaixo!
A mutação encontrada em visons
O que esse trabalho na Holanda verificou foi que os animais adquiriram o vírus e tiveram a capacidade de transmiti-lo de volta para humanos.
Os vírus sofrem mutações naturalmente. E com o vírus da covid-19 não é diferente. Aliás, em uma pesquisa publicada na revista Science, observou que pessoas infectadas transmitiram o vírus para os animais. E houve a transmissão de volta para humanos.
A mutação pode impactar a busca por vacina?
Durante o processo de transmissão do vírus entre visons e humanos, houveram mutações no gene chamado “Spike”. Ou seja, a proteína usada pelo coronavírus para penetrar nas células. Essa proteína também utiliza-se de base na produção de algumas das vacinas contra a covid-19.
Sendo assim, gera-se uma perda da capacidade neutralizante dos anticorpos gerados contra o SARS-CoV-2 de infecções humanas naturais.
Portando, se criarem vacinas com base na proteína Spike, a eficácia estará em risco caso esse vírus dos visons sofra uma disseminação pelo globo ou por diferentes populações.
Fica o alerta
O caso dos visons destaca como o confinamento de animais, principalmente em indústrias, colabora para a disseminação de forma rápida e efetiva de zoonoses. Ou seja, doenças transmitidas entre animais e pessoas.
A busca por maior produção e o maior adensamento desses animais em um único espaço torna mais fácil a transmissão de infecções por vírus.
Mas então, como prevenir o surgimento de doenças?
Para a prevenção de novas doenças se deve focar na preservação ambiental. Já que ao manter os ecossistemas naturais, dificulta o contato de humanos com patógenos.
Sendo assim, a preservação ambiental não reflete somente no bem-estar animal, mas sim em todo o ecossistema e o seu funcionamento.
Portanto, quanto mais preservarmos o meio ambiente, mais os ecossistemas naturais de animais que poderiam transmitir doenças para os seres humanos vão ficar preservados. E, assim, nós ficaremos isolados desses possíveis contágios.
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(Fonte: Jornal USP – O abate de visons)