A morte da elefanta de 53 anos de idade chocou diversas pessoas. O animal, inclusive, participou de diversos filmes e programas de TV
A princípio, a exploração que os animais selvagens sofrem para servir como entretenimento para os humanos é algo muito triste. Aliás, por diversas vezes, comentamos sobre esse assunto aqui no blog. Porém, a história dessa elefanta também é de partir o coração.
A morte do animal ocorreu em maio deste ano. Sendo assim, o assunto causou muita revolta na PETA, entidade que defende os direitos dos animais. Portanto, um obituário publicado pela PETA – em primeira pessoa – e revela a triste realidade desses animais. O documento, inclusive, pedia o fim do uso de animais selvagens nas produções da indústria do entretenimento.
Confira os trechos:
“Eu morri com 53 anos depois de levar uma vida miserável que nunca escolhi para mim. Isso é Hollywood para animais como eu. Meu tempo no ‘negócio’ começou em 1978, depois que fui tirada de minha mãe na Ásia e finalmente vendido para Kari e Gary Johnson – proprietários da Have Trunk Will Travel (HTWT), uma fornecedora de elefantes de filmes e programas de TV”, diz o documento.
Segundo o texto, o animal foi retirado do habitat natural ainda filhote para aparecer em filmes e programas de TV. Aliás, a elefanta “atuou” em “Água para Elefantes” e na série “Westworld”.
“Eu poderia ter gostado de viver meus anos com minha família na natureza, mas em vez disso ganhei uma passagem só de ida para uma vida de exploração. Onde estava o Screen Actors Guild quando eu estava sendo levado de caminhão para os sets de filmagem, acorrentado e parado no meu próprio lixo, ou levado de caminhão para feiras estaduais quando os empregos no cinema eram escassos?”, pontua o obituário.
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Veja o obituário completo clicando AQUI.
Anos e anos de exploração – A morte da elefanta
Por fim, a situação desses animais é extremamente deprimente. Além do mais, o animal pertencia a uma empresa de locação de animais selvagens para filmes e séries desde 1978. Foram anos e anos de exploração. Inclusive, a Peta divulgou um vídeo onde uma funcionária da empresa dona de Tai (a elefanta) aparece agredindo elefantes pertencentes ao grupo. Confira:
“Durante anos, o HTWT carregou Tai e outros elefantes pelo país, forçando-os a fazer truques e dar carona sob ameaça de punição violenta. Kari até reconheceu sob juramento que sua empresa havia acorrentado elefantes por mais de 12 horas por dia”, diz o texto.
A crueldade com elefantes para entreter turistas
Investigação revela crueldade com elefantes bebês. Filmagens realizadas pela organização World Animal Protection (WAP) mostra os animais sendo submetidos a treinamentos violentos, exaustivos e cruéis. Tudo isso pela indústria turística da Tailândia.
Sendo assim, os animais acabam forçados a aprender a pintar, girar arcos, carregar pessoas e ficar em pé sob as duas patas traseiras para divertir turistas.
O treinamento que, certamente, mais se assemelha a sessões de tortura, tem como objetivo destruir todos os instintos naturais dos animais. Afinal, no país, isso se chama “quebrar a alma”. Portanto, após o treinamento, o elefante não é mais considerado um “ser vivo”. Ou seja, vira um objeto.
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O que leva as pessoas a contribuírem com a exploração de animais para o entretenimento?
Muitas vezes, ter contato com um animal que, se estivesse na natureza, não seria possível nem chegar perto, é o que motiva as pessoas. Aliás, é capaz que a maioria delas não faça isso com a intenção de contribuir para o sofrimento desses animais, mas sim por gostar muito deles. Logo, não pensam duas vezes e acabam fazendo parte disso pela “experiência única”.
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Contudo, a única forma de ajudar a abolir a exploração e crueldade com os animais é não financiar estas atividades. Ou seja, boicotando o turismo e empresas de viagem que são conivente com maus-tratos.
Por fim, sem demanda, a indústria turística do país precisará se reinventar. Utilizando outras formas de mostrar sua cultura sem fazer mal aos animais.