Lançado em 2011, o filme Rio é uma animação voltada para o público infantil. Ele traz como tema o tráfico de animais silvestres em nosso país, que contém 15% das espécies mais procuradas pelos traficantes.
Infelizmente, mesmo depois de 11 anos de seu lançamento, a animação ainda mostra uma realidade que se estende até os dias atuais. Cerca de 38 milhões de animais silvestres — principalmente aves — são retirados anualmente de suas áreas nativas no Brasil, segundo dados da Renctas.
A abordagem no filme
Dessa forma, o primeiro impacto que o filme Rio tem com relação ao tráfico de animais começa nos primeiros minutos da animação. Os traficantes capturam uma ararinha azul e a levam com outras aves para os EUA. Ou seja, as espécies são retiradas de seu habitat e são transportadas para outros países.
Até mesmo a forma das condições precárias de transporte são apresentadas, em situações como quando a ararinha cai de um caminhão que a transporta. Ademais, momentos que mostram várias aves presas dentro de um armazém em gaiolas amontoadas.
Além disso, o filme aborda a necessidade de salvar espécies ameaçadas de extinção por conta dessa prática, uma vez que o tráfico de animais e a redução de seu habitat causaram a extinção da Ararinha Azul na natureza.
Nesse sentido, a última ararinha azul não é vista desde outubro de 2000 no Brasil. Mas, felizmente, 52 ararinhas chegaram ao país vindas da Alemanha no começo do ano, como parte de um esforço para reintroduzir a espécie na natureza. Mas antes, um centro de reprodução e reintrodução especialmente para a espécie irá acolhe-las em Curaçá, na Bahia.
Curiosidade: apesar do filme se passar no “Rio”, a área de ocorrência da espécie nunca foi o Rio de Janeiro, e sim a Bahia, antes de terem sido extintas da natureza.
O tráfico de animais silvestres X Extinção
Dentre os animais traficados, os compradores ilegais visam a obsessão pelo exclusivo. Ou seja, quanto mais ameaçada de extinção, mais procurada é a espécie. Logo, maior é o valor que o animal alcança no mercado ilegal. Um ciclo vicioso, que coloca diversas espécies em risco.
Dessa forma, um levantamento realizado pelo ICMBio mostrou que das 12.256 espécies da fauna brasileira analisadas, 1.173 estão ameaçadas de extinção. A caça desses animais para fins de comércio ilegal ou subsistência é a segunda principal causa. Sendo a primeira a perda de habitat provocada por atividades humanas.
Tráfico de animais é crime!
Essa prática consiste em um crime ambiental e vem contribuindo para a extinção de muitas espécies da nossa biodiversidade. No Brasil, qualquer conduta que cause prejuízos ou problemas ao meio ambiente é considerado um crime ambiental. Tanto a fauna, a flora, os recursos naturais e o patrimônio cultural brasileiro.
De acordo com a Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98) os crimes contra a Fauna, insculpidos entre os artigos 29 a 37 da Lei, são aqueles cometidos contra os animais silvestres, nativos ou espécies em rota migratória, e estará cometendo crime quem, dentre outras ações:
matar;
pescar;
caçar;
perseguir;
apanhar;
impedir a procriação;
destruir ninhos;
comercializar sem autorização;
vender ou guardar animais silvestres em cativeiros e;
introduzir espécies estrangeiras em território nacional.
A morte de espécies causada pela poluição ou em estado de necessidade, como fome e falta de água, também são crimes ambientais.
Portanto, a pena é de detenção de seis meses a um ano e multa, podendo ocorrer o aumento da pena a depender da gravidade do crime ambiental.
Acima de tudo, a prática de tráfico de animais silvestres é um grande risco à biodiversidade e ao equilíbrio ecológico dos ecossistemas. Sendo um crime extremamente cruel e egoísta. Portanto, lutaremos sempre juntos pelos animais, não importando a sua espécie!
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