A técnica de castração sem cirurgia desenvolvida por cientistas brasileiros trouxe resultados positivos em ratos. Ainda nesse mês, será colocado em prática nos felinos
A castração protege o animal de diversas doenças que podem matar, como os tumores. Além disso, a quantidade de animais de rua é um dos principais desafios da causa animal. Aliás, só no Brasil estima-se cerca de 30 milhões de animais abandonados. O incentivo a castração animal é um dos fatores decisivos para o controle desta taxa.
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Partindo disso, um novo projeto do Instituto de Ciências Biológicas (IB) da Universidade de Brasília (UnB) promete revolucionar a castração.
Sendo assim, a ideia é que ela deixe de ser uma cirurgia para se tornar um procedimento mais simples. Ou seja, sem exigir tanta infraestrutura, tempo e cuidados pós cirurgia.
Como funciona a castração sem cirurgia?
De acordo com o site da UnB, a técnica, que dura em torno de 20 minutos, consiste na injeção de nanopartículas de óxido de ferro no testículo do animal sedado.
Depois, os responsáveis podem optar por dois caminhos: a magnetohipertermia ou a foto hipertermia.
“A vantagem é que, como eu não estou fazendo nada cirúrgico, não preciso acompanhar esse animal depois para tirar os pontos ou aplicar antibiótico. A cirurgia expõe o animal a micro-organismos capazes de desenvolver uma infecção, por exemplo. Neste tratamento, isso não acontece”, diz a coordenadora da pesquisa, Carolina Madeira Lucci.
Carolina explica que a escolha de realizar a castração em machos foi uma estratégia. Afinal, o acesso aos testículos é mais fácil e isso diminuirá as reproduções.
“O macho pode emprenhar uma fêmea hoje, outra amanhã, outra depois de amanhã… Ele é capaz de gerar gestações em um curto espaço de tempo, enquanto elas vão ter um cio, emprenhar, ter vários filhotes e passar um tempo na gestação”, diz.
Por hora, todos os testes foram feitos em ratos. Mas, tendo em vista os resultados positivos, o estudo tem como objetivo começar a colocar a técnica em prática ainda este mês em gatos.
A escolha de iniciar pelos gatos se dá pelo fato deles possuírem uma velocidade maior de reprodução. Aliás, compartilham em média o mesmo porte. Facilitando o processo.
Fonte: Globo.com
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