As vítimas de violência doméstica podem encontrar ajuda durante isolamento. Há diversos canais de denúncia de forma anônima e gratuita. Veja!
O aumento da violência doméstica, em meio à crise global que ainda vivemos, se dá, entre outras coisas, com o isolamento social. Isso porque muitas das vítimas se vêem obrigadas a passar mais tempo dentro de casa, ao lado dos seus agressores.
Segundo a Agência Brasil, em São Paulo, os atendimentos da Polícia Militar aumentaram cerca de 45%. Ou seja, foi um salto de 6.775 chamados, em março de 2019, para 9.817, no mesmo mês em 2020. Além disso, a quantidade de feminicídios subiu 46% no estado, indo de 13 para 19 casos, na comparação dos dois meses.
Os serviços para auxiliar vítimas de violência doméstica a encontrar ajuda durante isolamento:
Ligue 180 e Disque 100
A Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, vinculada ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, recebe e analisa as denúncias.
Sendo assim, ao discar de forma grátis para os números 180 ou 100, a vítima pode ser orientada sobre os seus direitos e outros serviços. Aliás, o Ligue 180 funciona 24 horas por dia, todos os dias.
Já a Ouvidoria Nacional acionada-se também por e-mail, no: ligue180@mdh.gov.br.
O aplicativo Proteja Brasil
O app está disponível para Android e IOS, de forma gratuita. Ao baixar e acessar, a usuária pode denunciar direto pelo app, além de localizar órgãos de proteção nas principais capitais e se informar sobre os seus direitos.
O app também recebe denúncias de locais sem acessibilidade, de crimes na internet e de violações relacionadas a outras populações em situação mais vulnerável.
As denúncias feitas no app são levadas ao serviço de atendimento do governo federal. Caso deseja baixar o app, clique aqui e veja como fazer no site.
| Violência doméstica: encontrar ajuda – Leia mais: Saiba como ajudar alguém que sofre violência doméstica
Os centros de referência especializados
Estes são centros públicos que acolhem e dão atendimento psicológico e social para as vítimas. Além disso, é possível ter orientação jurídica às mulheres que estão em situação de violência.
Então, busque apoio em: Unidades Básicas de Saúde (UBS), Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS).
Mas, para receber atendimento, é necessário se locomover até uma unidade. Para saber o endereço e o telefone do serviço na região onde você mora, basta ligar, grátis, para o Ligue 180.
As casas-abrigo
As casas-abrigo são locais indicados a abrigar com segurança, por um certo tempo, as mulheres em situação de violência. Ou seja, dão moradia protegida e atendimento para as mulheres em risco de morte.
Mas é um serviço de caráter sigiloso. O tempo nesses espaços chega a até 90 dias. Mas, em alguns casos, cabe a possibilidade de ampliamento.
Portanto, o acesso ao serviço depende se encaminhado por parte de outro serviço da rede de atendimento à mulher em situação de violência. Busque as delegacias especializadas, a defensoria pública e os centros especializados de atendimento à mulher.
Aliás, é possível se informar sobre o serviço ao ligar no 180. Mas, como o endereço das casas-abrigo é sigiloso, só com o encaminhamento de um outro órgão a pessoa recebe a localização.
Sobre as casas de acolhimento provisório
Trata-se de um serviço temporário, mas de curta duração (até 15 dias). Esse, diferente do outro citado acima, não garante sigilo. Portanto, indicado para as mulheres em situação de violência, acompanhadas ou não de seus filhos, que não correm risco iminente de morte.
Aliás, atendem também quem sofre outros tipos de violência, como vítimas do tráfico de mulheres. O acolhimento provisório busca garantir a integridade física e emocional delas, bem como realizar diagnósticos de toda a situação e auxiliar da melhor forma.
Ligue 180 para se informar sobre as formas de acesso ao serviço na sua região.
As delegacias especializadas
As unidades especializadas das Polícias Civis e as Delegacias da Mulher realizam ações de prevenção, proteção e investigação contra os crimes de violência doméstica.
Sendo assim, nelas é possível registrar boletins de ocorrência, solicitar medidas protetivas de urgência, entre outros serviços.
Em São Paulo, a capital conta com sete Delegacias da Mulher que funcionam 24 horas e três no interior do estado. Além disso, as demais atuam de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h. Então procure a unidade mais próxima de você.
Mais info sobre a violência doméstica
De acordo com a Lei Maria da Penha, qualquer mulher pode ser considerada vítima de violência doméstica e familiar. Mas isso desde que exista o convívio íntimo ou doméstico.
Além disso, a ação não precisa partir de um agressor que seja homem. E os casos não são apenas entre marido e mulher. Ou seja, pode ser entre patrão e empregado que vivem no mesmo ambiente doméstico e entre parentes, como mãe e filha, por exemplo.
Por fim, onde posso registrar o B.O?
O Boletim de Ocorrência (BO) pode ser feito de modo presencial ou online. Para fazer um B.O online, clique aqui e veja todo o passo a passo.
|Saiba mais sobre a pesquisa: Estudo mostra que 76% das mulheres já sofreram violência no trabalho
A violência contra as mulheres é um problema grave. Em média, a cada 7 horas, uma mulher é morta — essas mulheres, em sua maior parte, sofriam violência doméstica antes do ocorrido. Infelizmente, foram vítimas que viveram com medo de seus agressores e não tiveram voz, e assim se tornaram parte desta estatística. Muitas mulheres não fazem a denúncia por medo de retaliação ou impunidade: 22,1% delas recorrem à polícia, enquanto 20,8% não registram queixa. CLIQUE AQUI É LEIA A CARTILHA SOBRE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA