De acordo com relatório, quase mil cidades ‘repetiram de ano’ na avaliação da educação
Aliás, a urgência com a elaboração de planos e currículos para reabertura das escolas é um convite a pensarmos em estratégias concretas, sem período de adaptação, afirma Priscila Cruz, do Todos pela Educação.
Sendo assim, será preciso traçar diagnósticos para encontrar os temas que os alunos tiverem mais dificuldade. Além de atender a uma demanda maior, provocada pelas transferências das escolas particulares para as públicas, devido à crise econômica.
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Em quase mil municípios do país, o desafio será ainda maior. Afinal, eles pioraram o desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). A nota obtida foi menor nos últimos dois anos.
A análise está no relatório “Educação Já – Municípios“, feito pela organização Todos pela Educação. O documento traça orientações para a futura gestão e propõe ações integradas com cidades vizinhas, estados e também entre as secretarias de governo.
Os desafios para as cidades
Para o mestre em educação e consultor em gestão pública, Binho Marques, um dos consultores do relatório, há três principais desafios para a educação:
- O subfinanciamento;
- A baixa qualidade do ensino com extrema desigualdade educacional;
- A falta de coordenação nacional na educação.
Além disso, o grande desafio dos municípios se concentra nos primeiros anos escolares. Já que, segundo os especialistas, são os anos mais decisivos para que as etapas seguintes sejam bem sucedidas.
Afinal, a infância é a fase onde as crianças mais se desenvolvem e aprendem. Porém, para isso é preciso que vários fatores estejam alinhados. Ou seja, além desses já citados, ter uma alimentação saudável e balanceada é fundamental.
Em outras palavras, quando a saúde da criança está abalada, a sua capacidade de aprender também está. Sendo assim, a falta de uma boa alimentação prejudica o desenvolvimento e o crescimento das crianças.
Aliás, ainda existem 149 milhões de crianças com menos de 5 anos sofrendo de déficit de crescimento. Além disso, quase 50 milhões de crianças estão abaixo do peso. E 340 milhões sofrem com a fome oculta. Ou seja, essa última é a falta de vitaminas e minerais.
Sendo assim, com esses números, vemos o quão importante é a nova Lei Del. Bruno Lima no Combate à Fome. Ela garante a merenda em época de férias escolares para alunos de baixa renda, matriculados na rede pública estadual de ensino.
Mais dados levantados:
Inclusive, ao todo, 21,7 milhões de alunos estudam em escolas municipais. Ou seja, eles são 61,7% dos alunos das escolas públicas brasileiras.
Na educação infantil, há 2,4 milhões de crianças em creches e 3,9 milhões nas pré-escolas. Mas ainda falta atender 329 mil crianças de 4 a 5 anos sem pré-escola.
No ensino fundamental, os municípios são responsáveis por 10,1 milhões de alunos (83,7% das matrículas). Isso do 1º ao 5º ano, e por 5,1 milhões de estudantes do 6º ao 9º ano (50,7%).
De acordo com o relatório, para alterar os baixos índices, os municípios precisarão:
- Expandir as vagas em creches para crianças de 0 a 3 anos;
- Universalizar o acesso à pré-escola às crianças de 4 a 5 anos;
- Diminuir a reprovação;
- Ampliar as jornadas escolares para integral;
- Melhorar a avaliação do Ideb;
- Reduzir as desigualdades.
Sendo assim, é dito também que, para ter uma gestão de positiva, há de escolher bem onde será investido o recurso, saber formular políticas, ter uma visão sistêmica para implantar políticas com coerência, além de engajar professores e famílias nas ações.
Tudo isso alinhado e sendo monitorado para aprimorar as propostas.
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(Via: G1)