A escolha de adotar a cachorra foi logo após ouvir de passageira que o animal seria eutanasiado
Como rotina, Emerson Lima, motorista de aplicativo no Rio de Janeiro (RJ), realizou uma corrida no final de novembro com uma passageira e uma cachorra. Antes de embarcar, a moça perguntou se ele aceitava um cachorro no carro. Mesmo estando preocupado, o motorista aceitou a presença do animal e seguiu viagem.
“Iniciei a corrida e fomos embora. Logo a moça pediu pra parar o carro para sacar um dinheiro. Eu parei e ela foi, deixando a cachorra sozinha comigo… aí ferrou mesmo, ela pulava pra lá e pra cá sem parar”, relembra o motorista.
Uma conversa por telefone revelou a decisão da mulher
Após o ocorrido, a mulher voltou e tudo parecia normal, até que ela começou a dizer em ligações que estava decidida a fazer “aquilo” e não voltaria atrás por nada. Aliás, pouco depois, também ligou para a irmã e disse para ela fazer o mesmo. Até que durante a ligação ela falou que iria fazer uma eutanásia na cachorra.
“Ela levou a cachorra em um veterinário que disse que tinha uma suspeita de [uma doença muito grave] e que a cirurgia seria R$5 mil e os exames mais de R$1 mil e que não teria dinheiro pra fazer isso”, relatou o motorista sobre a história que ouviu.
Ademais, ele também escutou que outras pessoas indicaram que ela buscasse ajuda de amigos e familiares ou tentasse uma vaquinha virtual. Só que a mulher estava bastante decidida e dizia sempre que iria sacrificar a cadela.
Sendo assim, Emerson resolveu perguntar à mulher se ele poderia ficar com a cachorrinha. A mulher simplesmente concordou e disse para ele voltar.
“Demos meia-volta para Copacabana, ela entregou o saco de ração e as vasilhas da cachorra […], agradeci e fui embora. Ela nem se despediu”, lembrou Emerson.
Nova vida para a cadelinha “Vida”
Após adotar a cachorra, ele entrou em contato com amigos e levou a cadelinha em um veterinário para saber se ela, de fato, estava doente. “Fizemos um ultrassom, que constatou um nódulo de 2 centímetros no ovário”, explicou o motorista.
Após o resultado, ela foi encaminhada para a cirurgia. De acordo com Emerson, os exames ficaram em R$120 e o procedimento cirúrgico R$600. Valor muito abaixo do informado pela mulher. Um procedimento de eutanásia, custa praticamente o mesmo valor que ele gastou com a cirurgia.
Emerson batizou a cadela de “Vida” e em um relato nas redes sociais disse que, a partir de agora, só deseja que ela tenha muito amor e uma vida tranquila.
Quando nos esforçamos […] conseguimos mudar não só a realidade de pessoas mais também de animais; hoje eu vi mais uma vez que o que importa não é o que você mostra para os outros e sim o que tem no seu coração”, concluiu o motorista.
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