O boletim sobre feminicídios engloba dados de 5 estados do Brasil
Em 2020, cinco estados registraram cerca de 2007 crimes de violências contra mulheres. Aliás, feminicídio e violência contra mulher ocupam o terceiro lugar entre os registros. Ficando atrás apenas de eventos com armas de fogo e ações policiais.
Os dados são da Rede de Observatórios da Segurança. Portanto, cinco organizações monitoram e difundem informações sobre segurança pública, violência e direitos humanos. Aliás, os estados são: Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.
Além dessas informações do boletim A dor e a luta: números do feminicídio, os dados também apontam que em 58% dos casos de feminicídios e 66% dos casos de agressão, os criminosos eram companheiros da vítima. Além disso, ao todo chega a 449 feminicídios entre os 1823 casos monitorados.
Esses dados são captados por monitoramento do que circula nos meios de comunicação. E também nas redes sociais sobre violências e segurança. Posteriormente revisado e consolidado. São oito categorias de crimes contra mulheres. Os feminicídio e tentativa de feminicídio são os mais registrados.
São Paulo é o estado com os piores índices
Com 200 casos de feminicídio, 384 de tentativa e 118 de estupro, SP concentra 40% dos casos monitorados em 2020. O Rio de Janeiro é o segundo, com 50 casos de feminicídio, 161 de tentativa e 38 de estupro. Entretanto, em número de feminicídios, com 82 casos, Pernambuco fica atrás apenas de SP.
Dados divergem revelam subnotificação
Três estados — São Paulo, Pernambuco e Ceará — tiveram os dados levantados maiores do que os dados oficiais divulgados pelas SSP. Enquanto São Paulo apontou 200 casos, os registros de boletins de ocorrência foram 179. No Ceará verificou-se 47 feminicídios ante os 27 do governo. Em Pernambuco foram identificados 82 contra 75 registrados.
Para a organização, a divergência de dados reflete a subnotificação. Pois, casos sem informação acabam sendo catalogados como homicídio, pois não se consegue saber a motivação do crime.
Além disso, em alguns casos, não é possível traçar um panorama mais completo sobre as vítimas. Como o caso do levantamento quantitativo de mulheres negras que morrem por e violência. Já que somente 26 casos apontaram a cor das vítimas. Aliás, o boletim também menciona que quando a informação racial aparece, o crime ocorreu em uma região de classe média alta.
Transfeminicídios
Outros dados também apontaram a morte de 21 pessoas trans em 2020. Sendo 13 no estado do Ceará, sete registros em São Paulo e um em Pernambuco. Sendo que o Rio de Janeiro e a Bahia não tiveram registros na imprensa. Aliás, no Ceará, o estado com mais mortes de transexuais, quatro casos chegaram a acontecer no período de um mês.
A violência contra as mulheres é um problema grave. Em média, a cada 7 horas, uma mulher é morta — essas mulheres, em sua maior parte, sofriam violência doméstica antes do ocorrido. Infelizmente, foram vítimas que viveram com medo de seus agressores e não tiveram voz, e assim se tornaram parte desta estatística. Muitas mulheres não fazem a denúncia por medo de retaliação ou impunidade: 22,1% delas recorrem à polícia, enquanto 20,8% não registram queixa. CLIQUE AQUI É LEIA A CARTILHA SOBRE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA