Uma “rede de proteção” planetária pode impedir a perda de vida selvagem após governos falharem em cumprir as “Metas de Aichi”
Uma importante cúpula sobre a biodiversidade aconteceu em Nova Iorque. O motivo? Diversas evidências afirmam que os governos estão falhando em impedir a perda de espécies no mundo.
Em 2010, durante a 10ª Conferência das Partes na Convenção da Diversidade Biológica, em Nagoya, criou-se o Plano Estratégico para a Biodiversidade. O plano conta com a elaboração de um conjunto de 20 objetivos denominados como as “Metas de Aichi”.
Todas as Metas de Aichi são voltadas à redução da perda da biodiversidade em âmbito global, nacional e regional.
AS METAS DE AICHI:
O QUE DIZ A ONU?
Entretanto, um relatório da ONU revelou, em setembro do ano passado, que a comunidade internacional falhou em alcançar totalmente qualquer um dos 20 objetivos de biodiversidade acordados em 2010. Sendo assim, cerca de 16% da superfície terrestre e menos de 8% dos ecossistemas marinhos estão protegidos.
A REDE DE PROTEÇÃO PLANETÁRIA – O PLANO
Primeiramente, os cientistas mapearam áreas protegidas para criar uma “rede de proteção” planetária. Sendo assim, com essa rede de proteção, seria possível impedir a perda da biodiversidade da Terra.
Do mesmo modo, foram identificadas as áreas desprotegidas atuais. Que são os lares de espécies raras específicas. Preservar essas áreas demandaria proteger outros 2,3% da massa territorial do nosso planeta.
Ainda assim, outros 6% de terra são o lar do maior número de espécies distintas.
Logo depois, mapearam também as áreas que abrigam os maiores mamíferos do planeta. Conservar essa área demandaria proteger mais 6,3%.
Além disso, também consideraram proteger outros 16% de terra compostos pelos ecossistemas mais intactos. Os quais tiveram pouco ou nenhum contato humano.
Por fim, também são consideradas as áreas que deveriam ser protegidas para evitar algo pior. A menos que essas áreas já tivessem sido incluídas antes.
Sendo assim, a proposta da “rede de proteção” prioriza os maiores estoques naturais de carbono do mundo.
O AUTOR DO ESTUDO
Eric Dinerstein, o principal autor do estudo, disse ao The Guardian, sobre a análise publicada na revista Science Advances. Ele comenta que reuniu os conjuntos de dados globais mais utilizados sobre os recursos de biodiversidade. E, tudo isso, para identificar as áreas que necessitavam de mais atenção de conservação.
“Nós queríamos cobrir tudo, das espécies com o menor alcance – como a perdiz de Udzungwa, encontrada somente em uma faixa específica de montanha na Tanzânia – a fenômenos como a migração de caribus na tundra canadense, que ocorre sobre vastas áreas. Porque tudo isso é biodiversidade”, diz Eric.
O ANO DE 2030
No início de 2020, a ONU sugeriu proteger 30% das terras e oceanos até 2030. Sendo assim, essa sugestão tem como objetivo resguardar a biodiversidade, reduzir a velocidade das extinções e ajudar a manter o clima estável.
Porém, como já visto anteriormente com as Metas de Aichi, esse novo desafio é assustador. Já que, em um curto espaço de tempo, para atingir as novas metas, precisaríamos dobrar as áreas protegidas.
Apesar do empenho de alguns países para a realização de tal feito, alguns países como os EUA e o Brasil se movem na direção oposta.
A LUZ NO FIM DO TÚNEL
Embora as dificuldades sejam um problema, alguns casos podem trazer esperança. Os relatos de mudanças climáticas em conjunto com a grandes nomes, chamam a atenção. A ativista climática sueca Greta Thunberg, de 17 anos, vem recebendo cada vez mais atenção da mídia e do público. Essas pessoas, que passaram a confiar na palavra de Greta estão levantando cada vez mais a bandeira dessa causa. Sendo assim, muito mais pessoas estão aderindo ao movimento. Coisa que antes só se via entre especialistas.
“Os jovens em geral estão focando nas questões ambientais“, diz Brian O’Donnell, diretor da Campaign for Nature.
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