Você sabe o que é ter um relacionamento abusivo?
Nesse tipo de relação predomina o excesso de poder que uma pessoa impõe sobre a outra. Aliás, isso não vale apenas para violência física, afinal, muitas outras formas de violar uma pessoa já dão indícios de uma relação abusiva.
Um relacionamento abusivo não nasce de um dia para o outro; ou seja, vai se tornando dia a dia e, quando a vítima se dá conta que está vivendo isso, passa a se anular, sempre em função do parceiro.
Em outras palavras, estar em um relacionamento abusivo não significa, necessariamente, apanhar. Muitas vezes, a violência se dá de forma psicológica, sexual e/ou financeira. E o que acontece é que muitas pessoas continuam nessas relações e sofrendo, sem conseguir enxergar o que realmente está passando.
Saiba como identificar
Portanto, primeiro saiba que a violência pode acontecer em qualquer relação, seja ela hétero ou homossexual. Afinal, trata-se de uma questão de influência e controle que um tem sobre o outro.
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Atente-se aos sinais:
1. Ciúmes em excesso
Geralmente, o indivíduo justifica o ciúmes por “amar demais”, sendo o motivo para o controle. Ou seja, é normal que uma pessoa sinta medo de perder aquela que ama. Mas, quando isso vira argumento para controlar as escolhas do outro com comportamentos de agressões, ofensas ou invasão de privacidade, é excessivo.
2. Controle sobre o outro
O controle acontece quando o parceiro passa a decidir o que a outra pessoa pode ou não fazer. Por exemplo, qual roupa vestir, onde pode ir, o que pode fazer, com quem pode estar, entre outras situações.
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3. Não respeitar o espaço do outro
As pessoas devem ter privacidade. Portanto, em um relacionamento abusivo, é comum que o abusador não respeite o espaço individual da outra parte.
Sendo assim, mexer no celular do parceiro, ler conversas e e-mails pessoais, instalar programas de rastreamento — Tudo isso é invasão! Aliás, isso pode acontecer em segredo, sem que o outro saiba. O que significa uma grande demonstração de falta de confiança.
4. Privar de ter contato com outras pessoas
As justificativas podem ser muitas. Como má influência, interesseiro, ou “eu não gosto daquela pessoa”. Mas o fato é que o abusador vai fazendo com que a pessoa se afaste dos outros ao seu redor.
5. Manipulação
A manipulação é uma ferramenta central no relacionamento abusivo. Aliás, o indivíduo pode chantagear para conseguir o que deseja. Seja ameaçando que vai machucar ou terminar o relacionamento se a/o companheira(o) não fizer algo.
Além disso, também há pessoas que usam os filhos como peças chaves para chantagear. Ao invés de se preocupar com o bem estar das crianças, ele as usam para conseguir o que quer.
6. Fazer a pessoa se sentir desvalorizada
Antes de tudo, a pessoa se sentia incrível e especial. Depois, com o tempo, começaram as “críticas”, que vão se tornando cada vez mais comuns e pesadas.
Assim, a vítima vai perdendo a autoestima e achando que ninguém vai querer estar ao lado dela por ser uma pessoa “tão ruim”.
7. Controle financeiro
É preciso conversar sobre dinheiro para que nenhuma das partes abuse financeiramente da outra. No relacionamento abusivo, a falta de diálogo é usada para levar o outro à dependência econômica.
8. Violência física e/ou sexual
Infelizmente, o fato é que o estupro dentro de relacionamentos não é raro. Afinal, se o sexo é forçado, é estupro. A vontade da outra pessoa deve ser respeitada. Chantagear ou fazer ameaças para ter uma relação também são formas de abuso.
Já em casos de violência física, ela também começa gradualmente, ou seja, no início alguns empurrões e apertões, depois vai ficando mais grave com o tempo… e, em casos extremos, chega até ao assassinato.
A violência contra as mulheres é um problema grave. Em média, a cada 7 horas, uma mulher é morta — essas mulheres, em sua maior parte, sofriam violência doméstica antes do ocorrido. Infelizmente, foram vítimas que viveram com medo de seus agressores e não tiveram voz, e assim se tornaram parte desta estatística. Muitas mulheres não fazem a denúncia por medo de retaliação ou impunidade: 22,1% delas recorrem à polícia, enquanto 20,8% não registram queixa. CLIQUE AQUI É LEIA A CARTILHA SOBRE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
(Conteúdo adaptado de: AzMina)