O isolamento social vem sendo um momento delicado para muitos. A situação de se ver em uma pandemia, mantido dentro de casa, com as ruas desertas e os comércios fechados, colocou toda a população em um contexto que lembra um mundo pós-apocalíptico. Consequentemente, além da saúde mental afetada, as pessoas passaram a ter o sentimento de “medo” da atual situação.
Aliás, com essa nova rotina, o consumo de veículos de comunicação aumentou e as informações se tornaram maçantes. Desencadeou um momento de ansiedade para quem praticamente só recebe notícias sobre a pandemia na televisão.
Ironicamente, o acúmulo de informação encaminhou para desinformação sobre as formas de contágio do coronavírus — graças ao aumento de fake news e o engajamento do assunto nas redes sociais. Sendo assim, o momento alarmante levou as pessoas a aceitarem qualquer conteúdo sobre o assunto como verdade e a elevarem os níveis de situações apenas por pequenos contextos. Como o caso de notícias associando o coronavírus com os animais.
Essa associação se baseou em matérias alegando animais com suspeitas de terem adquirido a doença. Porém, as pessoas absorveram a informação apenas com títulos e chamadas de matérias. Assim, passaram a achar que os animais, como cães e gatos, poderiam transmitir o vírus. Consequentemente, ONGs não governamentais e entidades de proteção animal avaliam que o número de abandono na pandemia aumentou.
Aumento de animais abandonados com a pandemia
Muitos animais estão sendo abandonados pelos seus próprios tutores que tiveram medo da contaminação. Porém, não há dados que comprovam que os animais possam transmitir a doença para os humanos. Ou seja, a probabilidade para isso é mínima.
Mas o dono do animal precisa tomar certos cuidados e como prevenção higienizar o animal após um passeio. Afinal, eles podem trazer o vírus nas patas e nos pelos, assim como a gente em uma peça de roupa.
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Em Salvador a brigada Brigada K-9 (um grupo de bombeiros voluntários em resgastes de animais) divulgou que eles recebiam cerca de duas ligações por dia de denúncias de abandono ou maus-tratos. Após o início da pandemia, o número passou para 20 ligações diárias (Via: G1).
Minas Gerais também divulgou dados em relação ao abandono na pandemia. Na última segunda-feira (08), um debate na Assembleia Legislativa de Minas Gerais levantou que a estimativa é de um crescimento de 40% de animais nas ruas (Via: DeFatoOnline).
Aumento de desemprego
Outro fator responsável pelo aumento de casos de abandono na pandemia foi o crescente número de desemprego. Portanto, com a falta de dinheiro, muitas famílias abandonaram o animal para “cortar gastos”.
Além disso, acreditam que os animais serão resgatados por ONGs, sendo que nem todas possuem esse suporte. Dados da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia informaram que foram registrados quase 2 milhões de pedidos de seguro desemprego em maio desse ano. Ou seja, número 53% maior do que foi apontando no mesmo mês do ano passado, quando houve 627,7 mil pedidos. (Via: G1).
Além disso, a situação de animais que já moravam nas ruas se tornou preocupante. Com a pandemia, o número de pessoas nas ruas e em estabelecimentos reduziu drasticamente, sendo que eram elas que alimentavam esses animais. Sendo assim, muitos cães e gatos estão morrendo de fome e frio com a chegada do inverno.
Aumento de adoção
De um lado, temos o aumento do abandono. De outro, o da adoção. O isolamento social ocasionou a procura por animais domésticos para serem uma “distração” durante a quarentena.
Entretanto, a possibilidade desses animais serem abandonados após o isolamento é grande. Uma vez que as pessoas só estão adotando pensando em uma companhia para o momento. Ou seja, não levam em conta as responsabilidades e o fato de que um animal se torna um membro da família. Além disso, ele certamente precisa de todo o cuidado e atenção.
Como ajudar?
Muitas instituições estão realizando feiras de adoções online e estão sempre aceitando doações. Portanto, procure alguma próxima de você e veja como apoiar. Além disso, não se esqueça daqueles animais que estão nas ruas. Um potinho com ração perto deles já ajuda muito.
Se você não pode continuar com um animal em casa, não o abandone. Procure um dono para ele. Sempre há alguém disposto a adotar, pode ser um vizinho, um parente, ou até alguém nas redes sociais.
Além disso, não esqueça de certificar-se que ele será bem cuidado na nova família.
Abandono é crime! Configurado como maus-tratos! O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) por meio da Resolução n.1236, de 26 de outubro de 2018, em seu artigo 5° definiu várias situações de maus-tratos, como: agredir fisicamente ou agir para causar dor, abandonar animais e etc.
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